Botafogo x Grêmio e a arbitragem anti mimimi
Botafogo e Grêmio vão reclamar da arbitragem do venezuelano José Ramón Argote Vega. Claro que vão. Reclamar é esporte nacional. Somos o país do mimimi nos mais diversos campos. A culpa nunca é nossa. É sempre dos outros.
O señor Argote Vega não marcou uma falta clara sobre Arthur no primeiro tempo, bem perto da área. E o Botafogo vai falar de um suposto pênalti de Edilson em Gilson no segundo. No lance, a impressão que tenho é que os dois estão buscando espaço e as pernas se encontram – e não que o jogador do Grêmio deliberadamente derruba o adversário.
Enfim, é uma questão de interpretação e não quero me debruçar sobre esse lance.
O fato é que "faltas" como essa não foram marcadas pelo árbitro desde o primeiro minuto de jogo. Profissionais do futebol deveriam ter percebido isso depois de 5 minutos. E, mesmo assim, o que vimos foi um festival de quedas e pedidos de faltas e de cartões durante o jogo todo.
O venezuelano economizou nos cartões? Sem dúvida. Mas foi coerente. Não mostrou para ninguém, exceto Pimpão, após a enésima falta do botafoguense. Claro que a tática de não mostrar cartões faz com que o árbitro corra riscos. Mas entre isso e os shows que vemos no Brasil…
Gostei da coerência. E um jogo que já não foi dos mais bonitos, ainda que bem jogado, teria sido uma verdadeira porcaria, tivesse o árbitro marcado todas as faltas reclamadas.
Mas o que mais gostei mesmo foi o fato de o árbitro não ter ouvido e nem falado com os jogadores. Entrou mudo e saiu calado. Pouco a pouco, as reclamações foram diminuindo. E os atletas foram se preocupando mais em jogar, menos em reclamar.
Já vi outras arbitragens de José Argote? Devo ter visto, mas não me lembro. Não estou falando de toda a carreira do homem e, sim, de sua atuação nesta quarta à noite.
Sinto muito a falta de juízes assim no Brasil. Os árbitros simplesmente dão corda demais aos jogadores. É preciso começar a ignorar tanto mimimi. Nossos jogos seriam muito melhores.
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