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Julio Gomes

'Efeito Corinthians' faz todo jogo virar uma final e ajuda o Brasileiro

Julio Gomes

19/07/2017 23h45

Ainda que digam que "nos pontos corridos, todos os jogos são como finais", todos sabemos que não é bem assim. Há jogos maiores que outros. Há momentos mais importantes. Há jogos em que técnicos resolvem abrir mão dos pontos, poupando titulares, priorizando outro tipo de preparação.

Mas o primeiro turno fulminante do Corinthians está gerando, na prática, partidas com pinta de final. Foi o caso do Flamengo 2 x 2 Palmeiras desta quarta-feira.

Os dois times, que construíram os elencos mais recheados do país, não especularam em nenhum momento. É claro que o Flamengo foi quem teve a bola e o domínio da partida, até por jogar em casa, mas o Palmeiras nunca abdicou do resultado.

Contra atacando, chegou à virada no primeiro tempo. E teve uma ótima chance no final do jogo. Os dois times jogaram com intensidade, movimentação e fizeram uma partida muito agradável de se assistir.

O que não foi agradável foi o resultado. O Palmeiras, que está em modo "abandono" do Brasileiro – ou usando o campeonato apenas para encontrar um time e soluções pensando na Libertadores, não conseguiu aproveitar o raro tropeço do Corinthians. O Flamengo, tampouco.

Depois de uma ótima série de vitórias, que aliviou a pressão sobre Zé Ricardo, e com as seguidas estreias dos reforços, o Flamengo parecia ter engatado a quinta marcha. Mas está sucumbindo à parte dura da tabela. Venceu o Vasco, é verdade. Mas depois, em casa, perdeu do Grêmio e empatou contra o Palmeiras. Fora, empatou com o Cruzeiro. Dois pontos nos últimos três jogos.

O Grêmio parece ter acreditado novamente que pode ganhar o campeonato. Renato Gaúcho não poupou mais o time titular, e o time venceu o Vitória, diminuindo para seis a desvantagem para o Corinthians. É a história de encarar todo jogo como vital.

Escrevi aqui na semana passada que o Flamengo se colocava como postulante único a tirar o título do Corinthians. Mas o fato é que o rubro-negro não está justificando essa análise. Nesta quarta, após o pênalti perdido por Diego, o time caiu demais. A torcida gritou "fora Zé Ricardo". A crise está voltando.

O Grêmio tem time e futebol, mas tem a Libertadores logo mais. O Santos tem mais resultados do que bola. O Palmeiras ficou muito para trás. E o Atlético Mineiro resolveu não ganhar mais de ninguém em casa.

O Corinthians abriu tamanha vantagem que pode se dar ao luxo de tropeçar várias vezes. Só não pode entrar em pânico.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.