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Julio Gomes

Toda a vaia é pouca para o Atlético Mineiro

Julio Gomes

14/06/2017 22h02

Depois de proporcionar ao Vitória, chegou a vez de proporcionar ao Atlético-PR a primeira vitória no campeonato. É isso que o Atlético Mineiro tem feito no Brasileirão.

O Galo foi vaiado, com justiça, pela torcida no Independência. Toda vaia é pouca para um time que começou o campeonato como favorito e hoje ocupa a zona de rebaixamento. Não é acidente. É a consequência de um futebol pobre, de criatividade zero.

A única boa notícia da noite para o torcedor atleticano foi o sorteio da Libertadores. Enfrentará nas oitavas de final o melhor adversário possível: o fraco Jorge Wilstermann, da Bolívia.

O Atlético passou o primeiro tempo todo chuveirando bolas na área e consagrando a zaga do Furacão. Depois da expulsão de Lucho González, aos 39min, com um homem a mais, esperava-se algo mais. Ou muito mais.

Mas Roger não fez mudança alguma. Pela esquerda, Marlone e Fábio Santos não levaram qualquer tipo de ameaça ao Furacão durante todo o segundo tempo. O jogo aconteceu pela direita, onde Valdivia ajudou pouco e Alex Silva, terceira opção para a lateral direita, errou tudo o que tentou. Melhorou um pouco com a entrada de Otero, pero no mucho.

Entre chuveirinhos, passes errados e pouquíssimas finalizações de perigo, o Atlético Mineiro foi vendo o relógio avançar e a torcida se irritar. É verdade que Rafael Moura fez o 1 a 0, muito mal anulado por um impedimento inexistente de Marlone no lance imediatamente anterior. Mas deve dar até vergonha falar de arbitragem após um jogo com esse. No fim, após o erro de Felipe Santana, veio o gol da vitória do Atlético-PR.

Prêmio talvez exagerado para o time de Eduardo Baptista. Mas castigo para lá de merecido para o time de Roger, que vai alcançando Zé Ricardo no posto de treinador mais "por um fio" do país.

Com os mesmos 6 pontos do Atlético-GO e apenas um a mais do que o trio de lanternas – Vitória, Avaí e Atlético-PR -, o Galo vai ficando cada vez mais longe do topo da tabela. Em suma, vai ficando meio ridículo colocar o Atlético na lista de favoritos ao título.

Se por um lado o Atlético conseguiu bons empates (teóricos) contra Flamengo e Palmeiras, fora, por outro nem pode reclamar da dificuldade da tabela. Afinal, já enfrentou os três piores times da competição até agora. E fez só três pontos contra eles – e olhe lá, pois o Avaí criou chances suficientes para não perder no Horto.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.