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Julio Gomes

Quartas da Copa do Brasil: sem clássicos regionais e só um favorito

Julio Gomes

05/06/2017 12h06

O sorteio das quartas de final da Copa do Brasil, realizado nesta segunda-feira, gerou clássicos históricos do futebol brasileiro. Mas não apontou nenhum clássico estadual e ainda colocou mineiros e paulistas em lados opostos da chave.

De um lado da chave, estão Atlético Mineiro x Botafogo e Flamengo x Santos. Do outro lado, estão Grêmio x Atlético-PR e Palmeiras x Cruzeiro.

Jogam em casa a primeira partida Atlético, Flamengo, Grêmio e Palmeiras. Ou seja, Botafogo, Santos, Atlético-PR e Cruzeiro decidem as quartas de final em casa.

É difícil prever qualquer coisa, já que os jogos de ida serão realizados só no final de junho, enquanto as partidas de volta ocorrem entre final de julho e início de agosto. Até lá, muita coisa pode acontecer com os times envolvidos – e seis dos oito estarão disputando mata-mata da Copa Libertadores no meio do caminho.

Clássicos de Minas ou de São Paulo só podem ocorrer em uma eventual decisão. Atlético e Cruzeiro decidiram a Copa do Brasil em 2014 (com título do Galo), enquanto Palmeiras e Santos fizeram a final de 2015 (título palmeirense). A final do ano passado, em que o Grêmio bateu o Atlético Mineiro, também pode ser repetida.

Já um eventual clássico carioca pode ocorrer na semifinal caso Flamengo e Botafogo passem por Santos e Atlético-MG, respectivamente.

Favorito (pelo menos hoje)

O Grêmio, maior campeão da Copa do Brasil (cinco títulos), é quem, no papel, teve o melhor sorteio. Enfrenta um Atlético-PR que ainda não se acertou e tem um ponto no Brasileiro. Além de ter um retrospecto muito bom contra o Furacão, inclusive na temida Arena da Baixada.

Na temporada passada, o Grêmio eliminou o Atlético-PR nas oitavas de final. Ganhou por 1 a 0 em Curitiba (ainda com Roger), perdeu por 1 a 0 em Porto Alegre (justamente na reestreia de Renato Gaúcho), mas avançou nos pênaltis. O Grêmio já venceu o Atlético em Curitiba por 2 a 0, no último dia 21 de maio, pela segunda rodada do Brasileiro. Foi a terceira vitória gremista nas últimas quatro visitas à Arena da Baixada.

Ao contrário de outros grandes do futebol brasileiro que sofrem demais na Baixada, como São Paulo e Flamengo, o Grêmio se sente à vontade quando joga em Curitiba.

O Atlético-PR, além de ter a vantagem de decidir a partida de volta em casa, pode lembrar da única vez que chegou a uma final, em 2013, quando perdeu para o Flamengo. Naquela campanha, eliminou o Grêmio na semifinal.

Dos oito quadrifinalistas, o outro, além do Furacão, que nunca foi campeão do torneio é o Botafogo – perdeu a final de 1999 para o Juventude. Mas o Botafogo tem um bom retrospecto recente em mata-mata contra seu adversário das quartas e já eliminou o Galo da Copa do Brasil três vezes (07, 08 e 13) e da Copa Sul-Americana duas vezes (08 e 11).

O Flamengo, campeão três vezes (a última delas em 2013), pega um Santos que tem uma Copa do Brasil em sua história (2010).

Já o confronto com mais taças reunidas será entre Cruzeiro (quatro títulos, último em 2003) e Palmeiras (três títulos, último em 2015). Em 2015, o Palmeiras eliminou o Cruzeiro nas oitavas rumo ao título. No entanto, desde 2009, só venceu uma vez o rival mineiro em 12 confrontos pelo Brasileirão.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.