Juventus x Real Madrid: Cinco chaves da final da Champions League
Há quem se apegue a curiosidades e tabus para "determinar" um favorito em uma final de campeonato. Freguesias, cor de camisa, datas.
Por exemplo. Você sabia que desde que a Copa dos Campeões virou a Champions League um clube italiano é campeão a cada sete anos? Em 96, foi a Juventus. Em 2003, o Milan. Em 2010, a Inter. Portanto, em 2017 só pode dar Juve, certo?
Por outro lado, você sabia que nas únicas duas vezes que o Real Madrid enfrentou a Juventus em campo neutro ele ganhou? E que, enquanto o Madrid é o clube de melhor aproveitamento em finais europeias, a Juve é o pior? Isso considerando quem jogou várias finais, claro, não só uma ou duas.
Esse tipo de informação é legal. Mas só se torna relevante mesmo se pesar coletivamente, se transformar em um fardo que, de fato, faça os jogadores atuarem abaixo do que podem devido à pressão. Que um tabu, uma "necessidade" de vitória entre na cabeça dos caras e afete o jogo. Não parece ser o caso neste Juventus x Real Madrid de jogadores tão experientes. Então vamos às chaves táticas da grande decisão deste sábado.
1- Brasileiro x brasileiros
Daniel Alves x Marcelo. Não é novidade para ninguém, certo? Um duelo que já ocorreu muitas vezes nos confrontos entre Barcelona e Real Madrid. Pelo Barça, Daniel enfrentou o Real 27 vezes, com 14 vitórias e 7 derrotas. Se somarmos os anos de Sevilla, foram 22 vitórias em 42 jogos. Ou seja, teve mais sucessos do que fracassos. Daniel Alves é uma das chaves da partida, seu espírito é contagiante e a experiência é muito importante. Quem vai pará-lo? Se Marcelo tiver essa atribuição, ficará comprometida uma importante saída de jogo do Real Madrid com ele pela esquerda. Possivelmente o trabalho sobre muitas vezes para Casemiro, um jogador que flertou com expulsões em vários momentos da temporada. Casemiro e Marcelo precisam parar Daniel Alves para o Real Madrid aumentar suas chances.
2- Agressividade
O Real Madrid faz gols consecutivamente há 64 jogos – todos os 59 da temporada atual e 5 ainda da temporada passada. Se tem algo que ficou claro nos últimos anos é que times que esperaram o Real Madrid pagaram o preço (como o Atlético de Madri). Uma das chaves para a Juventus é tomar as rédeas do jogo e mostrar a mesma agressividade que mostrou nos jogos de ida contra Barcelona e Monaco, outros times de ataque muito poderoso. Construir jogo, tentar aproveitar as falhas defensivas do Real, buscar o gol e não ficar apenas esperando uma boa chance de contra ataque.
3- Batalha no meio de campo
Tudo indica que Isco será mesmo titular e Bale começará o jogo no banco de reservas. Boa notícia para o Real Madrid, que foi um time muito mais equilibrado na temporada com o losango no meio – Casemiro no vértice de baixo, Modric pela direita, Kroos pela esquerda, Isco no topo. O desenho deu mais consistência defensiva, com os volantes ajudando na cobertura sem abrir buracos no meio. A Juventus não tem um volante do tipo Casemiro. Como Pjanic e Khedira conseguirão cortar essas linhas de passe? Como Dybala será municiado? Como sempre, no futebol de alto nível, quem ganhar a batalha do meio de campo terá grandes chances de ganhar o jogo.
4- Duelos individuais
Jogos muito equilibrados costumam ser desequilibrados de duas maneiras: arbitragens ou vitórias nos duelos individuais. Literalmente, um jogador superando o outro. Subindo mais para o cabeceio, dando um drible, se antecipando, aproveitando um erro alheio, enfim. Cristiano Ronaldo e Benzema destruíram o Atlético de Madri na semifinal ganhando os duelos individuais. Conseguirão também contra Chiellini, Bonucci e Barzagli? O mesmo vale para o outro lado. Higuaín e Mandzukic contra Sergio Ramos e Varane.
5- Primeiro gol
Viradas são muito raras em finais. Tão raras que basta puxar na memória para nos lembrarmos delas. Aqueles 2 a 1 do Barcelona sobre o Arsenal em 2006, com gol de Belletti no finalzinho. Ou os dois gols nos acréscimos do Manchester United sobre o Bayern de Munique, em 99. O Real Madrid ganhou do Atlético de virada, em 2014, mas na prorrogação e em circunstâncias especiais (empate aos 48min do segundo tempo, esgotamento físico e emocional do adversário). Há um certo consenso de que quem marcar primeiro terá muito mais do que meio caminho andado, daí a importância de entrar em campo a 110 por hora.
Com esse post, concluímos uma semana cheia de informações sobre Juventus e Real Madrid aqui no blog. Abaixo, encontre links para ler mais. Agora é esperar por um jogo sem erros importantes de arbitragem e que nos mostre, afinal, quem é o melhor da Europa.
Três razões para acreditar na Juventus. E três para crer no bi do Real Madrid
Buffon e Zidane: dois momentos históricos em que os caminhos se cruzaram
"Zidane virou um grande na Juventus, só faltou a Champions"
Como a final de 98 mudou os destinos de Real Madrid e Juventus
Real e Juventus campeões nacionais. Agora só falta saber quem é melhor
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.