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Julio Gomes

Buffon e Zidane: dois momentos históricos em que os caminhos se cruzaram

Julio Gomes

31/05/2017 17h48

Gianluigi Buffon e Zinedine Zidane. Dois nomes históricos do futebol europeu se reencontrarão neste sábado, na final da Liga dos Campeões da Europa.

Buffon tem a chance, talvez derradeira, de conquistar o título interclubes mais importante, aquele que falta em sua brilhante carreira. Zidane, completando sua primeira temporada completa como treinador de futebol, pode ser o primeiro homem em quase 30 anos a ganhar o título europeu duas vezes seguidas.

Não será a primeira vez que se cruzarão os caminhos das duas lendas. Houve outros dois momentos históricos. E outros de menos peso, mas ainda assim dignos de recordação.

Um talvez seja mais fácil de lembrar. Final da Copa do Mundo de 2006, em Berlim. O último jogo da carreira de Zidane como jogador de futebol, aos 34 anos de idade. França e Itália empataram por 1 a 1, e a Itália levou a melhor nos pênaltis, conquistando o tetracampeonato mundial.

A última imagem de Zidane como jogador foi a cabeçada em Materazzi, expulso em seu último jogo como profissional e logo na final da Copa. Antes disso, porém, ele havia superado Buffon em uma cobrança de pênalti com cavadinha. Mas Buffon deu o troco na prorrogação, fazendo uma defesaça e evitando um gol de Zidane que poderia ter sido o do título francês.

O outro momento histórico em que a vida dos gênios esteve interligada é menos lembrado – mas não menos importante.

Foi justamente a venda de Zidane da Juventus para o Real Madrid em 2001, então a mais cara da história, por 77 milhões de euros, que permitiu ao clube italiano contratar Buffon. A Juve pagou 53 milhões de euros ao Parma, no que é até hoje o maior valor desembolsado por um goleiro na história.

Aliás, com o dinheiro recebido por Zidane a Juventus não só tirou Buffon, mas também o lateral francês Thuram do Parma. E tirou Pavel Nedved da Lazio (ambos por aproximadamente 40 milhões de euros cada). Essas três eram as três contratações mais caras da história da Juventus, até os 90 milhões de euros pagos por Higuaín no ano passado.

Com Buffon, Thuram e Nedved, a Juventus recompôs com glória a perda de Zidane. Chegou novamente à final da Champions (perdeu para o Milan nos pênaltis, em 2003) e Nedved ganhou a Bola de Ouro naquele mesmo ano. Jogou no clube até se aposentar, em 2009, e hoje é membro da diretoria da Juve, ou seja, transformou-se em um nome histórico da Velha Senhora.

No caminho até a final de 2003, a Juventus, de Buffon, derrotou o Real Madrid, de Zidane, na semifinal. Dois anos depois, em 2005, a Juve voltaria a eliminar o Real na Champions, desta vez nas oitavas de final. Portanto, o Zidane jogador de futebol era freguês de carteirinha de Buffon.

Mas, sábado, em Cardiff, Zidane estará no banco de reservas. E Buffon, como nos últimos 16 anos, defendendo o gol da Juventus.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.