Valverde no Barcelona: uma formiga para empurrar um caminhão
Ernesto Valverde foi anunciado nesta segunda-feira como novo técnico do Barcelona. Ele substitui Luís Enrique, que anunciou sua saída do clube ainda em fevereiro, entre as goleadas (uma sofrida e uma devolvida) do duelo de Champions League contra o PSG.
Quem é Valverde?
Um técnico de perfil baixo, que alternou alguns bons trabalhos com algumas passagens relâmpago por alguns clubes. Não foi um jogador tão relevante e nem é identificado com o Barcelona – eram os casos de Guardiola e Luis Enrique, por exemplo. Tampouco é apontado como um técnico super promissor, revolucionário ou algo do tipo, ainda que goste do futebol ofensivo.
Se olharmos para os últimos técnicos que passaram pelo Barça, ele tem mais cara de Tata Martino. Alguém que vai ter um ano para provar seu valor. Sem lastro. Ou mostra que é alguém em quem o clube pode apostar ou logo será queimado e trocado por outro. Com a diferença de estar em seu país e conhecer bem a Liga doméstica e o jogo de todos os clubes.
Como jogador, atacante, foi revelado pelo Alavés, passou bem pelo Espanyol e acabou no Barça, com Cruyff. Mas se machucou, durou pouco no clube e foi ser feliz com a camisa do Athletic Club de Bilbao, onde atuou por seis temporadas. Como técnico, levou o Espanyol a uma final de Copa Uefa, pingou em Olympiakos, Villarreal e Valencia até se estabilizar no Athletic.
Em quatro temporadas em Bilbao, chegou a uma final de Copa do Rei, ganhou a Supercopa da Espanha sobre o Barça em 2015 e classificou o clube para a Champions uma vez. Resultados acima do que o Athletic vinha conseguindo no passado recente e sem jogar um futebol duro e feio, que foi marca do clube.
O grande elogio ao Valverde treinador é sua capacidade de lidar bem com jogadores, dirigentes e imprensa. Com todo mundo, enfim. Uma pessoa amável, calma, que entende bastante de futebol e é adorada pelos comandados. Sem grosserias diante do microfone, sem atitudes intempestivas.
Mas, todos sabemos, é muito diferente fazê-lo em times médios (ou grandes localmente, apenas) e em gigantes. Será que o estilo sossegado e diplomático funcionará em um vestiário de estrelas mundiais?
O apelido de Ernesto Valverde é "txingurri". Em basco, a palavra significa "formiga". Vamos ver se uma formiga será capaz de empurrar o caminhão chamado Barcelona.
Neste momento, eu apostaria que não, ainda mais com um Real Madrid montado e jovem, como o atual. Mas o futebol não cansa de nos surpreender.
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