Barcelona não mostra bola para novo milagre na Champions
E lá vai o Barcelona atrás de um novo milagre. Depois dos 4 a 0 sofridos em Paris e a surreal reviravolta com os 6 a 1 no Camp Nou, agora o time de Messi, Neymar e Suárez precisará reverter um 3 a 0 sofrido em Turim, diante da Juventus.
Três semanas se passaram entre as goleadas sofrida e imposta nas oitavas de final. Tempo suficiente para fazer time, torcida e o mundo inteiro, até o adversário, se convencerem de que "se há um time capaz de virar essa eliminatória é o Barcelona".
Agora, só uma semana separa a ida da volta nas quartas de final da Liga dos Campeões. Será tempo suficiente para convencer que um milagre é possível, de novo, só que contra a Juventus?
Não precisamos de muitos minutos para pensar logo em outra frase pronta: "Uma coisa é reverter contra o PSG, outra história é a Juventus".
E a frase é muito verdadeira. O PSG é um time que gosta de jogar com a bola, dominar o adversário, tem problemas sérios para jogar se defendendo. Já a Juventus sente-se muito confortável defendendo e o faz como poucos times no mundo. Domina espaços, fecha, se tranca e adora decidir jogos com poucas bolas.
Além de tudo, tem uma camisa pesada o suficiente para não ser destruída pela arbitragem, como foi o PSG em Barcelona. Nem interessa à Uefa outro escândalo.
Somando a atual temporada e a passada, a Juventus fez 97 jogos oficiais. Em nenhum destes 97 jogos sofreu uma derrota que seria capaz de eliminá-la no Camp Nou no tempo normal. Levou um 3 a 0 da Inter de Milão em fevereiro do ano passado, pela semifinal da Copa da Itália – havia vencido por 3 a 0 na ida e avançou nos pênaltis.
A Juventus parece um time pronto para o próximo passo na Europa. Atropela qualquer um em seu estádio (são 48 jogos de invencibilidade), tem um sistema defensivo sólido, jogadores que atuam juntos há muito tempo, e criou uma equipe consistente, criativa e goleadora na frente.
Gente como Buffon, Chiellini e Bonucci tem malícia suficiente para não deixar o time assistir ao Barça, como o Paris fez.
Já o Barcelona segue com seus problemas de fluxo de jogo. A saída de Daniel Alves foi muito mais sentida do que se pensava e, quando finalmente Luís Enrique achou uma alternativa, perdeu Rafinha por lesão.
Em Turim, voltou ao 4-3-3 e sofreu dois gols. Teve posse de bola, mas não criou nem finalizou na etapa inicial – só teve uma jogada de perigo, grande defesa de Buffon no um contra um diante de Iniesta. Luís Enrique mexeu e voltou ao 3-3-Messi-3 no segundo tempo, com Rakitic aberto pela direita. O time até pressionou e poderia ter feito um gol no segundo tempo, mas a vaca já tinha ido para o brejo.
Neymar sumiu na marcação, Suárez voltou a perder uma grande chance (já havia feito um jogo ruim em Málaga) e Messi voltou a ser uma andorinha que não faz verão. É um time com sérios problemas defensivos e de criação contra times bem postados.
Justa vitória da Juventus. E um milagre muito mais difícil de ser alcançado pelo Barcelona.
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