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Julio Gomes

Corinthians se safa com chutaços, mas não inspira confiança

Julio Gomes

05/04/2017 23h41

Em algum momento do primeiro tempo, a Universidad de Chile tinha 70% de posse de bola em Itaquera. Por mais que o Corinthians sob Fábio Carille goste de dar a bola ao adversário para ter campo para contra atacar, o que aconteceu nesta quarta foi um escândalo.

O Corinthians foi completamente dominado pelo rival, em seu estádio, durante dois terços do jogo. Mas conseguiu um ótimo 2 a 0 que certamente irá mascarar quase tudo. Um 2 a 0 construído por dois chutes de fora da área de rara felicidade.

No final do primeiro tempo, Gabriel acertou um míssil de fora da área. No primeiro rebote, Arana quase marcou. No segundo, após outro milagre do goleiro, Rodriguinho empurrou para dentro. E, no segundo tempo, novo rebote e Jadson acerta um chute firme, rasteiro, no cantinho, para o 2 a 0.

A etapa inicial foi de um domínio impressionante dos chilenos. O Corinthians não pegava na bola, não trocava cinco passes, jogava acuado em seu campo. No único bom ataque, fez o gol. No segundo tempo, La U também começou melhor, mas a postura corintiana foi, pelo menos, mais corajosa.

Foi somente com o 2 a 0 no placar que o Corinthians conseguiu ter os contra ataques limpos que tanto adora. E o time chileno passou a errar passes, baixou a cabeça, perdeu o controle do jogo. O time de Carille teve duas boas chances para fazer um placar ainda melhor. A última impressão é a que vai ficar, mas não deveria.

Não é uma coincidência o Corinthians ter vencido dois clássicos no Paulista e o jogo grande pela Sul-Americana. É um time que se dará bem em alguns jogos grandes pelo jeito de jogar. O problema são os jogos contra times que não agridem, que não fazem questão de atacar.

Tipo o Botafogo de Ribeirão. O empate sem gols, modorrento, no fim de semana, pode muito bem se repetir. Não vejo a vaga nas semifinais do Paulista tão claramente garantida. O Corinthians ganhou, mas não inspira confiança.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.