Topo

Julio Gomes

Messi resolve contra a vítima predileta, e Barça renasce

Julio Gomes

26/02/2017 14h11

Após dias para lá de tumultados, o Barcelona renasceu na temporada com uma importante vitória por 2 a 1 sobre o Atlético de Madri, em pleno estádio Vicente Calderón.

O Barcelona segue um ponto atrás do Real Madrid na tabela, já que o Real virou em Villarreal após estar perdendo por 2 a 0 – haverá muita polêmica na semana, o gol de empate do time madridista saiu de um pênalti absurdamente marcado. A virada veio logo depois.

O futebol do Barça mostrou poucos sinais de melhora. No primeiro tempo, o Atlético dominou completamente a partida, foi muito superior contra um rival apático em campo. As chances do Barcelona vieram em dois contra ataques e uma falta cobrada por Messi.

O goleiro Ter Stegen era o melhor em campo. Com mais vontade nas divididas, mais volume de jogo no meio de campo, mais bola, de fato, o Atlético mandava.

No segundo tempo, o Barcelona melhorou. E chegou ao gol com Rafinha, o filho mais novo de Mazinho, titular no meio de campo e que tentou fazer as vezes de Daniel Alves, jogando bem aberto pela direita – foi a mudança tática do pressionado técnico Luís Enrique para tentar resolver o fluxo de jogo. Rafinha aproveitou um bate rebate na área, com duas bolas espirradas seguidas, para tocar com oportunismo.

O Atlético seguiu melhor, empatou em uma bola parada (Godín, de cabeça) e quase virou. Mas, no finalzinho, Messi definiu. Um Messi sumido em campo. Mas Messi é Messi.

Foi o último jogo entre Atlético e Barça no Calderón, pois o Atlético terá estádio novo na temporada que vem. E Messi fez 13 gols nesse estádio, o lugar onde mais fez gols (fora o Camp Nou, logicamente). Já são 27 gols em 34 partidas contra o Atlético, a vítima preferida do argentino.

Em jogos exclusivamente da Liga espanhola, são 22 gols em 22 partidas contra o Atlético, que se despede do Calderón com um incômodo jejum. Ganhou pela última vez do Barça ali em jogos da Liga em 2010 – logicamente, houve vitórias por outros torneios, como a Liga dos Campeões do ano passado. Mas, pelo Campeonato Espanhol, Simeone segue sem ter vencido o Barcelona.

Para o Atlético, a derrota significa pouco. Jogou muito bem, acabou perdendo, mas já não tinha chances reais de ser campeão espanhol. O negócio para o Atlético é a Champions, com vaga quase certa nas quartas de final e em busca da terceira final em quatro anos.

Para o Barcelona, a vitória pode ser um renascimento. Já que a Inês é morta na Champions, é importantíssimo vencer em um estádio como este e mostrar ao Real Madrid que está vivo e forte na briga pelo título.

O jogo do time continua dependendo de estocadas dos três atacantes. O meio de campo segue inoperante. Mas Messi segue aí. Enquanto há Messi, há vida.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.