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Julio Gomes

Jogo épico expõe ataques maravilhosos e defesas pífias de City e Monaco

Julio Gomes

21/02/2017 19h13

Sim, épico é um adjetivo justo. Manchester City e Monaco fizeram o melhor jogo da temporada europeia até agora, em um 5 a 3 inesquecível.

Um jogo em que ficaram claros os atributos ofensivos brilhantes dos dois times, mas também ficou clara a falta de consistência defensiva de ambos. Já sabem, para ser campeão de um torneio como a Champions League, equilíbrio é a palavra chave. Portanto, quem passar daí para as quartas de final terá de fazer ajustes.

Enquanto isso, podemos nos divertir falando do jogo de ida e aguardando o da volta.

O Monaco tem 76 gols em 26 jogos no Campeonato Francês. É o melhor ataque da Europa e mostrou toda essa vocação agredindo o City durante 90 minutos, mesmo fora de casa. Em nenhum momento recuou suas linhas. Mostrou coragem, alternativas de jogo e um atacante em momento especial. Radamel Falcao tem 15 gols nos últimos 15 jogos oficiais. Sua carreira em competições europeias aponta o estratosférico número de 44 gols em 48 partidas.

Durante todo o jogo, City e Monaco marcaram pressão e conseguiram sair facilmente da pressão rival. Isso fez com o que o jogo tivesse ritmo alucinante, com pouco meio de campo e muitas chegadas de perigo ao ataque. Defensivamente, ambos fizeram um péssimo trabalho.

O City saiu ganhando em um lindo lance de Sané, concluído por Sterling. Na primeira saída de bola errada de Caballero, o Monaco empatou em lindo cruzamento de Fabinho e cabeceio mais lindo ainda de Falcao.

Aí, houve o lance de pênalti sobre Aguero. Para muitos, não foi. Para mim, foi claríssimo. Ato seguido, o Monaco fez 2 a 1 em uma cobrança de falta para Mbappe, com falha clamorosa da estática dupla de zaga.

O Monaco começa o segundo tempo em cima, apertando, empurrando, com muita coragem. E aí ocorre o segundo pênalti decisivo do jogo. Desta vez marcado pelo árbitro e perdido por Falcao. Caballero começava a se redimir.

Do outro lado, Subasic tomou um frangaço no chute de Aguero – o melhor em campo, mostrando que ficou mordido com a reserva e fazendo a torcida esquecer Gabriel Jesus, pelo menos por enquanto.

Quando parecia que o City iria crescer, bola esticada, Falcao ganha de Stones como quer e dá uma cavadinha. Uma pintura. O Monaco, naquele momento, tinha a classificação nas mãos.

Aí começa o vendaval do City. Foi para o tudo ou nada. Foi tudo. Aguero, Stones e Sané (após assistência de Aguero) viram o jogo para 5 a 3 contra um Monaco atônito.

A eliminatória está para lá de aberta. O Monaco já fez 4 ou mais gols 11 vezes na temporada. Se tem um ataque hoje capaz de furar a defesa (fraca) do City, é a do Monaco. Por isso, acredito que Guardiola montará um meio de campo mais firme e consistente para a volta.

No outro jogo da terça, em Leverkusen, o Atlético de Madri fez 4 a 2 no Bayer. É um time que sofre mais gols na temporada, mas mostra muita criatividade, muito volume, muita capacidade ofensiva. O Atlético é candidatíssimo a chegar à sua terceira final em quatro anos.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.