China e França protagonizam mercado de transferências em janeiro
Real Madrid e Atlético de Madri nem podiam contratar na janela de transferências do inverno europeu, fechada nesta terça-feira. O Barcelona e o Bayern de Munique não se mexeram. Os ingleses pouco fizeram. Com a sombra da China pairando sobre o continente europeu, surpreendentemente foi a liga da França que realizou as transferências de maior impacto.
O Brasil não sofreu tanto como em outros anos – o que não significa que jogadores brasileiros não tenham sido alguns dos principais envolvidos em negociações.
A maior transferência do mercado foi Oscar, do Chelsea ao Shanghai SIPG, por algo na casa dos 60 milhões de euros. Outro time de Xangai, o Shenhua, não precisou desembolsar tanto para tirar Carlitos Tevez do Boca Juniors, mas pagará ao argentino o maior salário do mundo: 40 milhões de dólares por ano. Que tal, heim, ganhar 2 milhões de reais por semana de trabalho?
O Tianjin pagou 18 milhões de euros ao Villarreal e levou Alexandre Pato. Contratou também o ótimo volante belga Alex Witsel, após cinco longos anos no Zenit. Uma pena, dois jogadores jovens que parecem ter perdido a ambição de buscar espaço nos grandes do futebol europeu.
Gabriel Jesus chegou ao Manchester City agora, mas a negociação havia sido realizada no meio do ano. É o jogador que mais impacto promete trazer à Premier League.
Das cinco negociações no ranking de valores do inverno, depois de Oscar, quatro envolveram clubes franceses.
O PSG trouxe Draxler por 40 milhões de euros, tirando do Wolfsburg o jogador de 23 anos que pode ser titular da Alemanha na próxima Copa. A outra transação foi mais esquisita, chamada de "um mistério" pela imprensa em Portugal.
Gonçalo Guedes, atacante de 20 anos do Benfica e que ainda não fez nada demais (nem nas bases), custou 30 milhões de euros ao PSG. Investimento altíssimo. No verão, o PSG havia desembolsado 25 milhões de euros para tirar Jesé do Real Madrid. Não deu certo, e o atacante foi emprestado para o Las Palmas – apresentado nesta terça com pompa e circunstância pelo simpático clube das Ilhas Canárias. Guedes chega para ocupar o espaço de Jesé, mas não poderá atuar na Champions League por já ter jogado com a camisa do Benfica.
Foi apresentado também pelo PSG o meia argentino Giovani Lo Celso, que fez ótima Libertadores com o Rosario e havia sido contratado no meio do ano passado.
O Olympique de Marselha é uma das histórias que merecem atenção nos próximos anos. O clube foi comprado por um magnata americano e promete fazer estragos no mercado, voltar a ser grande na Europa.
No fim da janela de transferências, o Olympique trouxe de volta o meia Dimitri Payet, do West Ham e da seleção francesa, por aproximados 30 milhões de euros. Repatriou também Evra, que estava na reserva da Juventus, e contratou o promissor meia Sanson, do Montpellier, de 22 anos, que estava na mira de outros clubes, como o Borussia Dortmund.
Até mesmo o Lyon, que não é mais dominador no país, mas segue frequentando o alto da tabela, se mexeu. Contratou o holandês Memphis Depay, do Manchester United, por 16 milhões de euros. Depay, de apenas 22 anos, chegara ao United em 2015 por aproximadamente 30 milhões, trazido por Van Gaal. Não caiu nas graças de Mourinho, perdeu espaço e se mandou para a França.
O Manchester City, que trouxe Gabriel Jesus por 32 milhões de euros, foi atrás de um jovem de 15 anos da base do Valencia, Nabil Touaizi. Projeto de futuro.
O futebol brasileiro sofreu três baixas relevantes – já tivemos janelas piores, convenhamos. O Ajax pagou 15 milhões de euros em David Neres, mas não conseguiu tirar Richarlison, de 19 anos, do Fluminense (teria oferecido 9 milhões de euros) – o atacante é um dos mais assediados do Sul-Americano sub-20, que está sendo disputado no Equador.
Neres também está com a seleção sub-20 e estava nos planos de Rogério Ceni. Um jogador criado na base do São Paulo, que se destacou e passava a aparecer no time de cima.
Jorge, lateral revelação do ano passado, deixou o Flamengo para atuar pelo Monaco, que faz grande temporada e disputa o título francês. Walace, de 21 anos, deixou o Grêmio e foi para o Hamburgo por 9 milhões de euros.
Na Alemanha, foram mais de 90 milhões de euros gastos, recorde do país em mercados de inverno. Mas sem qualquer contratação de grande impacto – até porque, como já disse acima, o Bayern não se mexeu.
Se perdeu David Neres, Jorge e Walace, o futebol brasileiro repatriou Elias (Atlético-MG), Lucas Silva (Cruzeiro, emprestado de volta pelo Real Madrid), e Felipe Melo (Palmeiras). Três ótimos volantes. O Flamengo tirou Berrío, e o Palmeiras buscou Guerra no Atlético Nacional, melhor time do continente sul-americano em 2016.
A janela chinesa só fecha em fevereiro, então ainda pode vir bomba por aí. Mas a Europa só volta a incomodar no meio do ano.
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