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Julio Gomes

Que Real Madrid veremos na Champions?

Julio Gomes

22/11/2016 11h01

Depois do surpreendente empate por 3 a 3 contra o Legia, em Varsóvia, muitas interrogações apareceram sobre o sistema defensivo do Real Madrid. Mesmo descontados os desfalques, que são muitos, o Real de Zidane estava simplesmente levando gols demais – eram já dez partidas seguidas sendo vazado.

Depois daquele tropeço, o Real encaixou 3 a 0 no Leganés e no Atlético de Madri, com parada Fifa no meio destes jogos. No dérbi contra o Atlético, apesar do pênalti mal marcado que resultou no segundo gol de Cristiano Ronaldo e matou a partida, o Real teve uma de suas melhores atuações com Zidane.

Além da defesa segura, a boa notícia foi a atuação de Isco, que pode ser titular nesta terça contra o Sporting, em Lisboa.

No Campeonato Espanhol, o Real Madrid está voando. Ganhou cinco seguidas, com 18 gols marcados no período e uma vitória contundente sobre o rival da cidade. Possivelmente ganhará também do Gijón, em casa, no fim de semana, chegando embalado para o superclássico do dia 3/12 contra o Barcelona.

Após 12 rodadas, o Real lidera a Liga com quatro pontos de vantagem para um Barça que não parece tão firme como nas temporadas passadas. São seis para o Sevilla, que não disputará o título, nove para o Atlético, que está em sexto lugar e já ficando longe demais.

No entanto, a campanha avassaladora no campeonato doméstico contrasta com uma Champions League claudicante.

Na primeira partida, vitória de virada dramática, nos últimos minutos, contra o Sporting. Depois, empate em Dortmund, uma goleada básica em casa sobre o Legia e o surpreendente tropeço contra o mesmo (fraco) rival, na Polônia.

No grupo, o Borussia tem 10 pontos, o Real tem 8, o Sporting tem 3 e o Legia, 1. O Borussia, que vem de uma vitória gigante no clássico contra o Bayern, atropelará o time de Varsóvia, chegando a 13 pontos. E isso significa que, se o Real Madrid não vencer o Sporting em Lisboa, não terá chance de ser primeiro colocado no grupo.

Ao longo dos anos, já vimos em muitas ocasiões como não ser primeiro na fase de grupos pode ser um problemão.

Se perder do Sporting, até a vaga do Real fica ameaçada. Se ganhar, logicamente, chegará à última rodada precisando bater o Dortmund no Bernabéu para ser primeiro. Convenhamos, situação pouco usual para o Real Madrid, que costuma garantir a primeira posição no grupo nas fases iniciais das Champions com mais facilidade.

O detalhe deste ano é que, com Barcelona, Atlético e Sevilla perto de garantir a primeira posição em seus grupos (confrontos entre times do mesmo país são proibidos nas oitavas), o Real tem mais chances de enfrentar uma pedreira se for primeiro colocado do que segundo. Difícil imaginar que alguém esteja pensando nisso em um clube em que vencer não é objetivo, é obrigação.

Os retornos recentes de Modric e Sergio Ramos dão ao Real Madrid segurança defensiva. São jogadores que fazem parte da espinha dorsal do time. Veremos se Isco dá sequência à boa fase. De resto, Cristiano Ronaldo resolve ali na frente – dó do ex-clube ele não terá, apenas respeito.

A tendência é que o Real Madrid passe por cima de um Sporting que empatou três de seus últimos quatro jogos no Campeonato Português e já está a cinco pontos do líder Benfica. Não tem um ano tão bom quanto o passado. Mas o mesmo se achava do duelo entre os times no Bernabéu, na primeira rodada…

A terça-feira tem também um enorme Sevilla x Juventus em disputa direita pela primeira posição do grupo H. O Sevilla tem dois pontos de vantagem e, se vencer, será primeiro.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.