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Julio Gomes

Um círculo virtuoso começa na seleção. Tomara que se espalhe

Julio Gomes

01/09/2016 20h00

O ideal seria que fosse de cima para baixo. Mas não há problema algum se for de baixo para cima.

O fato é que, vitória sobre o Equador à parte, está claro que um círculo virtuoso começa na seleção brasileira. O país entra no caminho certo em relação ao comando técnico da seleção. Agora falta espalhar para cima. Que o círculo vicioso de décadas e dirigentes nefastos seja quebrado.

Não é uma vitória qualquer a da estreia de Tite. Eram décadas sem ganhar em Quito – 33 anos. Desde que as eliminatórias sul-americanas passaram a ser disputadas em pontos corridos, o Equador tem uma campanha em casa, na altitude, que somente Brasil e Argentina conseguem repetir em seus jogos como locais.

Não é uma vitória circunstancial. Foi uma vitória construída por um time que jogou melhor que o outro, que se adaptou ao adversário durante a partida e jogou de forma coletiva. Quando o jogo coletivo funciona, o individual desponta. Digo sempre, mas nunca é mau repetir. Não se deve confiar no individualismo para resolver as partidas. O individualismo aparece, e é importantíssimo, quando a engrenagem funciona.

A engrenagem funcionou, com um meio de campo dinâmico, ótimas partidas de Paulinho e Renato Augusto e movimentação no ataque. Sobrou para Gabriel Jesus ser o rosto da vitória em Quito, com o pênalti sofrido e dois golaços. Um garoto de 19 anos! Ainda bem que essa geração é "ruim", como dizem alguns. Imaginem se fosse boa.

O problema da seleção nunca foi falta de talento. Foi falta de percepção de que o futebol é outro. Mudou. Com Tite, afinal, estamos atualizados.

gabrieljesus

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.