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Julio Gomes

Euro: muita intensidade, poucos gols. Bélgica se dá bem no mata-mata

Julio Gomes

22/06/2016 18h44

Acabou a primeira fase da Eurocopa. Não dá para reclamar do formato de 24 seleções (em vez de 16). Acabou gerando uma terceira rodada com várias "finais", jogos emocionantes por praticamente todos terem chances.

A fase de grupos foi marcada por jogos muito equilibrados. Não teve galinha morta, como se esperava. As chamadas "babas" deram trabalho para todo mundo. Vimos o futebol como é jogado hoje, com muita intensidade, disputa frenética por espaços, compactação e a tentativa de jogar com a bola, não sem ela. Aliás, a Copa América está nos mostrando o mesmo.

Os nomes contam. Claro que Bale faz diferença para Gales, Cristiano Ronaldo para Portugal, etc, etc, etc. Mas não são a parte mais importante do jogo. O coletivo fala muito mais alto. Tanto que seleções como Islândia e as Irlandas estão aí vivas, enquanto a Suécia, de Ibra, está fora. E Portugal, do melhor jogador da Europa, não ganhou nenhuma ainda.

Na Euro, o lado ruim foi a ausência de gols e jogos realmente emocionantes. Partidas muito boas mesmo, bem jogadas e com alternâncias, foram poucas (Bélgica x Itália e Hungria x Portugal, pelos gols, são os únicos dignos de nota). Menos de dois gols por jogo de média.

O mata-mata, no entanto, promete.

De um lado da chave, sairá um finalista que nunca foi campeão. Alguma seleção sem "grife", digamos. A Bélgica (em 1980) e Portugal (em 2004) já chegaram a finais. As outras seis, nem isso.

Do outro lado, estão as cinco seleções europeias que já foram campeãs do mundo. São nove títulos de Eurocopas somados.

Polônia e Suíça fazem um duelo muito equilibrado. A Croácia tem o favoritismo contra Portugal, não pela camisa, mas pelo que mostraram os dois times na primeira fase. Mas como desprezar as chances de uma seleção que tem Cristiano Ronaldo?

A aposta geral é que a Croácia será uma semifinalista. Mas vejo muito, muito equilíbrio nos jogos envolvendo essas quatro seleções.

Na parte de baixo, a Bélgica foi a grande favorecida nos cruzamentos. Pega a Hungria e depois, nas quartas de final, País de Gales ou Irlanda do Norte. Não vejo como a ótima seleção da Bélgica fique fora da semifinal. E é ótima aposta para a decisão, pois não enfrentará nenhum bicho papão em uma eventual semi.

belgica_jogadores

Do outro lado da chave, estão todas as "grandonas".

A Alemanha deve passar da Eslováquia para depois enfrentar Espanha ou Itália. Impossível fazer prognósticos. Escolha um semifinalista aqui.

A França é super favorita contra a Irlanda, assim como a Inglaterra contra a Islândia. O normal é termos França contra a Inglaterra nas quartas, e o normal é a França estar na semifinal esperando quem sair vivo entre Alemanha, Espanha e Itália.

Preparem os corações. A Euro começa realmente agora.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.