City e Real se apaixonaram pelo 0 a 0 que tanto odiamos
Manchester City e Real Madrid começaram a semifinal desta terça-feira apaixonados pelo 0 a 0. Acabaram com sentimentos diferentes, mas conseguiram o placar que tanto detestamos e que serve aos propósitos de ambos.
O jogo desta terça é o exemplo que será sempre usado pelos críticos da regra do gol fora de casa como critério de desempate.
Para o City, agora "basta" um empate no Santiago Bernabéu, quarta que vem. Se for sem gols, prorrogação e depois pênaltis. Se for com gols, vaga na final garantida.
Para o Real Madrid, "basta" vencer em casa, por qualquer placar. E possivelmente com Cristiano Ronaldo de volta.
Um joga por dois resultados. O outro joga por qualquer vitória, levando ou não levando gols, e diante de sua torcida. Todo mundo satisfeito, pois.
Foi a ausência de Cristiano que ditou tudo o que aconteceu em Manchester. O Real Madrid entrou em campo mais preocupado em não sair de lá como saiu de Wolfsburgo, com um 2-0 contra para levantar.
Com a saída de Benzema no intervalo, outro baleado, Zidane mudou o sistema para um 4-4-2 que funcionou melhor. Adiantou Modric, jogou Bale para a esquerda e afunilou mais o jogo.
O Real demorou para perceber que o Manchester City estava morto em campo, desinteressado. Quando percebeu, passou a chegar com mais perigo e obrigou Hart a fazer duas grandes defesas em jogadas de escanteio.
Quando virem a repetição deste jogo, os madridistas vão lamentar terem entrado em campo tão focados em não perder. Porque dava para ganhar.
Já o City, quando revir o jogo, ficará ainda mais apaixonado por esse 0 a 0. Saiu com vida de uma partida lamentável. Não dá para fazer muito pior que isso no Bernabéu, é nisso que se apegará o bom (e cansado) Manuel Pellegrini.
Em Madri, veremos um duelo com desenho clássico. O time da casa vai pressionar, e muito. O time visitante vai contra atacar, e muito. Será um jogo melhor. Não daria para ser pior.
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