Zidane comete erros comuns, Real se complica
Nada mais falso do que o velho "em que time que está ganhando, não se mexe". Se mexe, sim senhor. Se melhora, aprimora, adapta em função dos adversários.
Zidane, um treinador novato, cometeu um erro recorrente entre técnicos de futebol. Mais do que um, na verdade. Elogiei a atuação dele no Camp Nou, critico na Champions.
Primeiro, achou que tinha encontrado a fórmula do sucesso. Não necessariamente o que deu certo em Barcelona daria em Wolfsburg. E, de fato, não passou nem perto.
O meio de campo com Casemiro, Modric e Kroos por trás do trio Bale-Benzema-Cristiano Ronaldo funcionou nos 4 a 0 sobre o Sevilla e nos 1-2 do Camp Nou. Mas as circunstâncias de jogo eram completamente diferentes das que seriam encontradas na Alemanha.
O Wolfsburg deu a bola ao Real e apostou na transição rápida, o futebol vertical que se vê aos montes na Bundesliga, mas não tanto na Espanha. Os mais de 60% de posse de bola renderam somente três finalizações certas ao Madrid o jogo todo, um número irrisório. Com menos, o Wolfsburg fez mais. Muito mais.
O fato é que, sem James nem Isco, o Real Madrid sofre com falta de criatividade quando enfrenta rivais postados desta maneira. Uma coisa é você jogar para contra atacar o Barcelona, outra é ser contra atacado. O plano de jogo praticamente ignorou a característica do adversário.
Não bastasse ter sido fácil observar tal fato no primeiro tempo, Zidane cometeu então o outro erro recorrente de treinadores. Demorou para reagir. Por que esperar até os 18 minutos do segundo tempo para mexer no time, quando tinha o intervalo para isso?
Quantas vezes já não vimos técnicos fazerem o mesmo?
O Real empurrou mais na etapa final, mas viveu de chuveirinhos. Passou mais perto de tomar o terceiro do que de fazer o dele. Foi uma atuação pífia, coletiva e individual. De quebra, Benzema saiu machucado, o que fez Cristiano Ronaldo jogar como pior rende, no comando do ataque.
Jogar na Alemanha nunca foi tarefa fácil para o Real Madrid. Até 2014, o histórico mostrava 1 vitória em 24 jogos (!!). Agora, no total, em 29 partidas contra diversos clubes por diversas competições europeias ao longo das décadas, são 19 derrotas. Um retrospecto inacreditável, estamos falando do Real Madrid.
No entanto, o clube e a imprensa vão ser segurar em quatro remontadas contra alemães após derrotas na partida de ida. A mais épica, em 85: após levar 5-1 do Borussia Moenchengladbach fora, fez 4 a 0 em casa e passou. É uma das mais lembradas quando citadas as noites de remontadas no Bernabéu e o medo que isso supostamente provoca nos rivais.
Foi em 2002 que o Real Madrid, justamente contra um alemão, o Bayern, deu a volta em uma eliminatória europeia após perder a partida de ida. Desde então, foram oito eliminações neste cenário.
O jogo de volta terá uma tônica clara. O Real Madrid sufocando e pressionando desde o início, dentro da área do Wolfsburg. O time alemão certamente terá duas, três, quatro chances claras em contra ataques. O aproveitamento destas ocasiões determinará o destino da eliminatória.
São quatro duelos completamente abertos nas quartas de final da Champions.
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