Zidane e contexto explicam vitória do Real em Barcelona
No primeiro turno, Rafael Benítez fez o que não queria. Escalou um Real Madrid ultraofensivo contra o Barcelona, sucumbiu à vontade do presidente. Deixou espaços, levou 4 em casa e acabou demitido.
Zidane tem mais moral, pelo menos por enquanto. Fez o que Benítez queria fazer. Congestionou o meio, fortaleceu a marcação para que Iniesta e Rakitic não fizessem o jogo fluir. Casemiro foi impecável.
É verdade que, sem os meias criativos, o Real criou um buraco para a transição com Cristiano Ronaldo e Bale – estes, por sinal, dois que mostraram espírito coletivo e foram fundamentais na marcação lá atrás, no campo de defesa. Ainda assim, as conexões rápidas em velocidade deram certo no segundo tempo.
A vitória do Real, quebrando uma impressionante invencibilidade de 39 jogos do Barcelona em todas as competições (recorde histórico), teve muito a ver também com o contexto.
Foi um jogo em que claramente as equipes jogaram com o freio de mão puxado. Olho na Champions League, nos duelos importantes da semana que vem, e sabedores de que o resultado do Camp Nou não mudaria nada na liga espanhola.
A vantagem do Barcelona é de 6 pontos para o Atlético e 7 para o Real, mas, além disso, o Barça tem a vantagem no confronto direto contra ambos. Então pode acabar empatado em pontos que ainda assim será campeão. A liga espanhola está decidida faz tempo.
Estes fatores fizeram com que víssemos um Barça quase desinteressado em campo na maior parte do jogo – não é justificável, mas é uma explicação. E o Real Madrid só acordou de vez mesmo quando achou o gol de empate. A partir daí, um time continuou em marcha lenta (mesmo com um homem a mais, devido à expulsão tardia de Sergio Ramos), enquanto o outro time quis buscar a vitória. E buscou.
O Real fez não só um, mas dois gols (o primeiro, de Bale, anulado, foi uma vergonha. Erro brutal do árbitro).
O resultado não significa que o Barcelona esteja acabado nem nada do tipo. Outros times fizeram um trabalho até melhor do que o do Real Madrid para parar o Barça recentemente. Mas enfrentaram um rival mais inspirado na tentativa de conseguir o "impossível".
Messi, Suárez e Neymar, não fizeram nada em campo. Os mais novos talvez não saibam, mas não há calmaria que não seja chacoalhada por uma derrota no clássico. Poderiam e deveriam ter mostrado mais vontade.
O fim da invencibilidade pode representar um peso que sai das costas do time. Mas também pode representar uma injeção de confiança para os rivais na reta final da Champions League.
Na Europa, o Barcelona terá de levantar a cabeça contra um time para lá de complicado, o Atlético de Madri. Já o Real Madrid ganha paz e moral antes de um duelo relativamente fácil, contra o Wolfsburg.
Paz.
Zidane conseguiu em pouco tempo o que raros técnicos do Real Madrid tiveram enquanto comandavam o clube.
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