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Julio Gomes

Champions tem 3 jogos grandes nas 8as; times de Madri não podem reclamar

Julio Gomes

14/12/2015 19h24

Real Madrid e Atlético de Madri foram os "ganhadores", digamos assim, do sorteio das oitavas de final da Champions League, celebrado nesta segunda-feira.

Tudo o que for falado hoje sobre os duelos pode morrer nesse período de dois meses até que os jogos, de fato, sejam realizados. Tem janela de transferência em janeiro. Lesões podem acontecer. Times podem piorar, outros podem melhorar. Mas, hoje, não dá para fugir disso: comentar em função do que vemos na temporada até agora.

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O Real Madrid, apesar de viver um mau momento e não ter se acertado ainda com Benítez, enfrenta a Roma. Uma camisa importante do futebol italiano, mas que não tem poder de fogo para encarar o Madrid hoje. É o duelo entre a melhor campanha da primeira fase contra a pior campanha entre os classificados, informação que já diz muito.

O Atlético de Madri, que é co-líder na Espanha e ganhou uma casca incrível com Simeone, encara o PSV Eindhoven. Outra camisa importante, mas que está alguns degraus abaixo.

Apesar de mata-mata ser mata-mata, é muito difícil imaginar que os dois grandões de Madri ficarão pelo caminho nas oitavas de final. Ainda mais decidindo em casa.

De resto, o sorteio foi caprichoso. Formou três confrontos gigantes, que poderiam ser uma semifinal e até uma decisão. E outros três confrontos não tão empolgantes assim.

O Wolfsburg, que eliminou o Manchester United na fase de grupos, foi premiado com um confronto contra o Gent, da Bélgica, a "baba" do sorteio. O Zenit, que fez uma campanha brilhante na fase de grupos, também foi premiado: pega o Benfica. É claro que o Benfica tem uma camisa pesadíssima, mas havia rivais muito mais assustadores para o time de São Petersburgo. E, por fim, o terceiro duelo sem muita graça, e com um claro favorito, é do Manchester City contra o Dynamo Kiev, que surpreendeu ao deixar o Porto pelo caminho.

O City, após anos de "grupos da morte" e azar nos sorteios de mata-mata, finalmente tem um confronto fácil. Chegou a hora de estar entre os oito da Europa.

Mas os jogos que todos vão querer ver são mesmo: Bayern x Juventus, Chelsea x PSG e Barcelona x Arsenal.

Na visão deste blog, Bayern, PSG e Barcelona são amplos favoritos.

Mas é inegável que será uma prova importante. O Bayern e o Barcelona são, quase por unanimidade, os dois mais fortes da Europa.

Hoje.

Mas como estarão em fevereiro?

A Juventus, sempre subestimada, é a atual vice-campeã europeia. Começou a engrenar no Italiano após um início tenebroso (compreensível por ser um início de transição, após perdas importantes de Pirlo, Vidal e Tevez). Times italianos sabem jogar mata-mata e o futebol italiano costuma ser uma pedra no sapato do futebol alemão.

Para o Bayern, de Guardiola, talvez seja até melhor enfrentar uma pedreira de cara e situar o time, que nada de braçadas na Alemanha.

O Barça pega um Arsenal que é sempre um rival perigoso. Não tem medo de jogar, encara de frente e já ficou muito perto de tirar o Barcelona de Guardiola nas oitavas, alguns anos atrás. Estarão Messi, Neymar e Suárez bem fisicamente? Iniesta e Rakitic também? Fatores importantes para o duelo.

E o PSG, hoje, possivelmente atropelaria o Chelsea em dois jogos. Mas será que o Chelsea, eliminado pelo PSG ano passado, por sinal, estará em fevereiro a mesma porcaria que está hoje? Essa é a grande interrogação das oitavas de final. No papel, um duelo entre PSG e Chelsea não tem favorito. Mas a prática da temporada nos mostra outra coisa.

Palpites do blog: Real, Atlético, Man City e Wolfsburg passam sem drama. Barça e PSG avançam, assim como Zenit e o Barcelona (que vai sofrer mais do que os outros "gigantões).

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.