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Julio Gomes

Ingleses passam, mas formam terceiro escalão no mata-mata da Champions

Julio Gomes

09/12/2015 20h12

Acabou a primeira fase da Champions League. Tem sido modorrenta, principalmente após a mudança de Platini que deu menos espaço a forças dos países mais tradicionais e passou a incluir mais campeões nacionais de países inexpressivos. Não é uma crítica, só constatação.

Raros são os grupos que apresentam surpresas. No máximo, luta pela primeira colocação – uma luta válida, mas não de vida ou morte.

Neste ano, a zebra ficou por conta do Manchester United. Caiu em um grupo em que deveria ser dominante. Mas o fato é que parece ser coisa do passado a coisa de times ingleses dominando a Champions, como aconteceu no fim da década passada. O United está fora do mata-mata, o maior fracasso da temporada europeia até agora.

O Arsenal quase seguiu o mesmo caminho, após início desastroso. Mas conseguiu fazer 3 no Olympiakos na Grécia, o que não é fácil, e passou. Mostrou força, sem dúvida. O Manchester City foi outro que começou mal, conseguiu pontos milagrosos no início e, de quebra, ainda se saiu com a primeira colocação de um grupo difícil. O Chelsea, que faz péssima temporada, avançou. Esses todos aí estão atrás do Leicester (!!!) na Premier League atual.

O fato é que Arsenal, Chelsea e Manchester City não parecem estar perto do nível dos três ultrafavoritos da Europa: Bayern de Munique, Barcelona e Real Madrid.

São os três últimos campeões e os três mais fortes do continente. É claro que mata-mata é mata-mata, estamos cansados de saber disso. Qualquer falha individual, pênalti, lesão pode ser definitiva em um confronto em dois jogos neste nível. Mas a primeira fase escancara um abismo entre os três gigantes e os três ingleses restantes na competição.

Aliás, os ingleses possivelmente formem neste momento um terceiro escalão no mata-mata, atrás de Paris Saint-Germain, Atlético de Madri e Juventus.

O PSG é, na visão deste blog, o time com maiores chances de tirar o título de um dos três favoritos. Ficou em segundo no grupo, mas foi melhor que o Real Madrid nos confrontos diretos, poderia ter acabado em primeiro e tem um time fortíssimo. Claro que o sorteio terá muita relevância. O PSG precisa fugir de Barça e Bayern logo nas oitavas.

Atlético, finalista da penúltima edição, e Juventus, da última, são times cascudos, chatos de enfrentar e feitos para mata-mata. O Atlético, incrivelmente, segue cabeça a cabeça com Real e Barça na Espanha. A Juve começou mal, mas já está se acertando e ganhando uma atrás da outra na Itália. Mesma situação do PSG: ideal fugir dos favoritos nas oitavas. Mas aposto em qualquer um destes três em confrontos diretos contra qualquer um dos três times ingleses classificados.

Os primeiros colocados dos grupos não podem se enfrentar nas oitavas – também são proibidos duelos entre times do mesmo país ou que estavam no mesmo grupo. Os primeiros foram: Bayern, Barça, Real, Atlético, City, Chelsea e os dois rivais prediletos, Wolfsburg e Zenit.

Os segundos: PSG, Arsenal e Juventus são os três mais fortes. Depois: Roma, Benfica, PSV, Dynamo Kiev e Gent, da Bélgica.

O Porto, um tradicional da Champions e com potencial para aprontar em mata-mata, decepcionou. Não pela derrota contra o Chelsea na última rodada, mas para a inexplicável zebra da penúltima rodada, quando perdeu em casa para o Dynamo Kiev. Foi eliminado por isso. O Zenit e o Gent passaram de um grupo que tinha Valencia em Lyon, clubes com camisas mais pesadas, mas que tampouco dariam tanto trabalho no mata-mata.

Agora, é esperar pelo sorteio. E por lesões e o mercado de janeiro antes do início das oitavas de final.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.