Vascaíno, técnico da Austrália chega preocupado com a Série B

Angelos Postecoglou está preocupado. E não é com o sorteio que vai definir os grupos da Copa do Mundo. É com o Vasco da Gama. Isso mesmo. Com o Vasco e a possibilidade de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

O técnico da Austrália, que nasceu na Grécia e imigrou aos cinco anos de idade, revelou, em conversa com este blog, que é um grande torcedor do Vasco. Simpatia que surgiu em 1985, quando ele era jogador do South Melbourne e o gigante carioca fez excursão por campos australianos. E que se intensificou no ano 2000, quando Postecoglou, já como técnico do South Melbourne, disputou o Mundial de Clubes da Fifa.

Seu time perdeu por 2 a 0 diante de 66 mil pessoas. Os gols da vitória vascaína foram marcados por Felipe e Edmundo.

"Estive aqui no ano 2000. Jogamos com o Vasco no Maracanã, foi uma experiência maravilhosa. E você via a paixão dos vascaínos, acabei virando um torcedor desde então. O Vasco tinha ido para a Austrália muito tempo atrás, então eu já gostava do clube. Mas aí veio o Mundial e foi inesquecível. Eu vejo o futebol brasileiro, mas acabo acompanhando mais os jogos do Vasco do que de outros clubes", revelou Postecoglou.

"Estou preocupado com a possibilidade de rebaixamento, espero trazer sorte e que o Vasco fique na primeira divisão."

O técnico australiano pretende ficar em Vitória durante a Copa do Mundo, mas tudo vai depender do sorteio desta sexta-feira. "É incrível como as pessoas são apaixonadas por futebol neste país, será fantástica a Copa no ano que vem."

Postecoglou assumiu o comando da seleção australiana um mês atrás, depois da demissão do alemão Holger Osieck. Apesar de ter classificado o país para o Mundial, Osieck não resistiu a dois 6 a 0 seguidos, diante de Brasil e França. Postecoglou, 48, jogou por nove anos no South Melbourne e fez quatro partidas com a camisa da seleção principal da Austrália. Depois, levou o clube, como técnico, ao título continental em 99. No ano 2000, passou a trabalhar nas bases da seleção nacional, o que durou até 2007.

"Todo técnico vai te dizer que quanto mais tempo tiver, melhor. Estou no cargo há um mês e tenho seis meses para preparar para a Copa. Mas tudo bem. Vamos estar prontos! Já começamos o processo, jogaremos três ou quatro jogos antes da Copa. Eu conheço muitos dos jogadores, pois fui técnico deles no sub-17 e no sub-20 e isso ajuda bastante. É pouco tempo, vamos ter que trabalhar duro para ficar prontos."

O treinador tem, também, outra missão. Reverter a má imagem que vem sido deixada pelo futebol australiano, de jogo duro, feio e até violento.

"Vamos tentar fazer tudo diferente do que em sido feito. Estamos tentanto nos desenvolver como um país de futebol e vamos vir ao Brasil para jogar futebol. Vamos jogar como se deve jogar no alto nível. Seremos sempre um time de força física, mas espero mostrar ao mundo que somos capazes também de jogar um bom futebol", concluiu.