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Julio Gomes

Rodada da Champions dá respiro ao vice-campeão Dortmund

Julio Gomes

26/11/2013 20h53

O grupo F, o "grupo da morte" da atual Champions League, mostrou que as expectativas estavam corretas. Grandes jogos, muito equilíbrio e a pena por um ótimo time ser eliminado logo de cara.

O Arsenal fez o papel em casa e ganhou do Olympique de Marselha. Chegou a 12 pontos, pontuação que sempre, na história da competição, foi suficiente para a classificação. Não no grupo F. E o Borussia Dortmund, que estaria eliminado se não vencesse, fez 3 a 1 no Napoli.

Poderia ter sido mais, mas Pepe Reina, o goleiro da seleção espanhola e do Napoli, teve uma atuação soberba. Poderia ter sido trágico. Quando o Napoli diminuiu para 2 a 1 e foi para cima, o atual vice-campeão da Champions ficou a um gol da eliminação. Um contra ataque providencial resolveu a parada.

O Borussia é, de novo, time que pode beliscar uma final ou semifinal de Champions. Tem uma defesa sólida, um goleiro espetacular e muito talento do meio para frente. Além de um técnico ousado, meio malucão. Hoje, Jurgen Klopp colocou o veloz Aubameyang nos minutos finais e foi recompensado pelo terceiro gol sendo marcado pelo próprio. 9 entre 10 técnicos, não só brasileiros, teriam colocado um zagueiro ou volante para segurar o 2 a 1. Além de tudo isso, tem o estádio de maior ocupação da Europa (80 mil pessoas por jogo… isso mesmo, 80 mil por jogo) e tem um time formado quase todo em casa. Essa identificação com a coisa local é fundamental no futebol.

O Borussia tem 9 pontos, os mesmos do Napoli. Na última rodada, enfrenta o Olympique, em Marselha. O Olympique perdeu seus cinco jogos, mas deu azar de pegar um grupo com três times melhores. Não é esse saco de pancadas todo, esse será um jogo perigoso para o Dormund. Se ganhar, entra. Se perder ou empatar, precisará torcer para o Napoli não fazer um resultado melhor.

Acredito em vitória do Borussia. A tendência é que seja o segundo do grupo. E aí, amigos, é sorteio. Poderá cair com um Barcelona, um Real Madrid, um Chelsea, um PSG… quem quer jogar em Dortmund? Ninguém. Ninguém mesmo.

Vamos ao raio-X dos quatro grupos que tiveram partidas nesta terça-feira e estão a uma rodada do final.

Grupo E
Chelsea com 9 pontos, já classificado; Basel com 8, Schalke com 7, Steaua Bucareste eliminado, com 3. O Chelsea recebe o Steaua na última rodada e precisa só vencer para ficar em primeiro. Schalke e Basel se enfrentam na Alemanha, com vantagem do empate para o time suíço. O Basel ganhou as duas do Chelsea (aliás, esquisito isso, não?). Se perder do Schalke, será uma eliminação das mais sui generis que eu já vi em Champions. Palpite? Passa o Schalke 04.

Grupo F
Arsenal 12, Borussia e Napoli com 9, Marselha sem pontos. A última rodada tem Napoli x Arsenal e um empate deixa o time inglês em primeiro lugar. O Napoli, para avançar sem depender de mais ninguém, tem que vencer por três gols de diferença. Outra opção para o Napoli é fazer um resultado melhor do que o do Borussia Dortmund, que joga em Marselha. Para ser primeiro no grupo, o Borussia tem que vencer e torcer por derrota do Arsenal.

Grupo G
Atlético de Madri, com 13 pontos, já garantido em primeiro. Zenit tem 6, Porto tem 5 e Austria Viena, 2. O Porto deu papelão e está virtualmente eliminado após empatar em casa com o time austríaco. Na última rodada, terá de vencer o Atlético, em Madri, e torcer por tropeço do Zenit em Viena. Possivelmente não acontecerá nem uma coisa nem outra. O Porto, tão grande em Champions, neste ano deixou a desejar.

Grupo H
O Barcelona perdeu para o Ajax, mas tem 10 pontos e será o primeiro do grupo se empatar com o já eliminado Celtic (3 pontos), em casa, na última rodada. Foi um tropeço em Amsterdã, um mau jogo do Barça sem Messi, mas nada que tenha consequências graves. O Milan ganhou do Celtic, fora, por 3 a 0 e com gol de Kaká. Na última rodada, tem Milan x Ajax no San Siro e basta um empate para o time da casa. Ao Ajax, só serve a vitória ou então vai jogar a Liga Europa. Deve dar Milan.

 

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.