Jô, a chave do sistema. Victor, o herói. Torcida, a melhor
Ninguém resumiu melhor o estilo de jogo do Atlético do que Tostão. Aliás, ninguém hoje em dia explica melhor o futebol do que Tostão. É o sistema "Galo Doido". Uma conexão incrível do time com a torcida, assustando e empurrando o adversário para trás com muito mais coração do que futebol.
Chamei o Atlético de "unidimensional" taticamente em posts anteriores. E foi mesmo! Foi contra Tijuana, Newell's e Olimpia. Um jogo direto, de bolas longas procurando Jô no ataque. Pouca criação, pouca construção, pouco meio de campo, o jeito de jogar do Galo foi um só: pressionar e mandar bola pra frente, ligação defesa-ataque.
Um sistema que não funciona em campeonatos longos, mas que pode dar certo em mata-mata. Desde que o alvo, lá na frente, consiga aguentar as porradas, cotoveladas e seja capaz de segurar a bola. De dominá-la e, de alguma forma, distribuí-la. E foi isso que Jô fez. E fez bem demais.
Jô foi a chave do Atlético no segundo tempo contra o Olimpia, na reta final contra o Newell's e basicamente em todos os momentos. A bola sobe, o cara ganha quase todas as jogadas e, assim, o Atlético já está no ataque. Aí, a jogada se desenvolve lá na frente com Tardelli, Bernard, quem seja. Só com um cara desses podia funcionar o sistema Galo Doido.
Victor foi a estrela que salvou o Atlético quando foi preciso. Especialmente contra o Tijuana, aquele mano a mano e aquele pênalti. Depois, contra o Newell's e contra o Olimpia nas disputas de pênaltis. Foi o grande homem do Atlético. Sem Victor, não haveria título.
Victor e Jô foram contratações que deram certo. Depois de anos de acertos e erros, o Galo finalmente foi acertando a mão com um presidente que todo clube gostaria de ter. Kalil foi o homem que trouxe Ronaldinho. E trazer Ronaldinho talvez tenha sido o divisor de águas.
Porque independente do que faça Ronaldinho, sua simples presença é um recado que os outros jogadores recebem, que os adversários recebem. É um jogador que tira um clube de um patamar e coloca em outro. Foi o que aconteceu no ano passado, quando o Galo disputou o título brasileiro e ganhou a vaga que gerou essa noite histórica no Mineirão.
Ronaldinho não jogou rigorosamente nada contra Tijuana, Newell's e Olimpia. Mas e daí? Sua presença fez o Brasil inteiro, a América do Sul, o mundo deixarem de ver o Atlético como "café com leite" e passarem a ver como a força que nunca poderia ter deixado de ser. E respeito dentro de campo importa muito nessa coisa chamada futebol.
Uma parada de um mês que ajudou demais um clube destroçado fisicamente. Uma queda de luz fundamental para mudar a história da volta contra o Newell's. O escorregão de Ferreyra. E Victor, muito Victor. Tudo estava escrito para que o Atlético chegasse lá. Não tem campeão sem sorte. E a sorte vem para quem faz por merecer.
E essa torcida merece, como merece. Outro dia tive a curiosidade de ver os líderes em média de público na história dos Campeonatos Brasileiros. O Flamengo, mais popular do país, foi o líder 12 vezes. O Corinthians, segundo mais popular, líder 8 vezes. E o Galo? Mesmo com 41 anos de jejum nacional, o Galo foi líder em média de público 9 vezes. Mais que o Corinthians, pertinho do Flamengo.
É uma torcida impressionante. Toda torcida acha que é "a melhor do Brasil", "melhor do mundo", "melhor do bairro". Se eu fosse votar em uma, votaria na do Galo. Porque torcer por time que ganha é fácil, duro é manter o fanatismo e a assiduidade nos momentos ruins. Kalil chamou de "a mais chata do Brasil, de longe". Quem torce muito é chato mesmo, oras! E atleticano torce muito. Mas muito. Como poucos torcem no mundo.
Solte o grito, Galo Doido! Você é o dono das Américas!!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.